quarta-feira, 13 de outubro de 2010

A Oratória


A Oratória trata-se de método de discurso, a arte de como falar em público e constitui uma das variantes do discurso argumentativo. É um conjunto de regras e técnicas que permitem apurar as qualidades pessoais de quem se destina a falar em público.

Na Grécia Antiga, e mesmo em Roma, a oratória era estudada como componente da retórica (ou seja, composição e apresentação de discursos), e era considerada uma importante habilidade na vida pública e privada.


Na antiga Grécia, mais concretamente em Atenas, a oratória decorria do próprio processo democrático, em que todos os cidadãos tinham possibilidade de integrar qualquer um dos organismos de organização e gestão do Estado. Contudo, na prática, as pessoas que não moravam na cidade ou que trabalhavam durante todo o dia raramente podiam assistir às reuniões diárias onde se decidiam os assuntos relativos ao Estado.
O estipêndio (retribuição) que, durante a guerra do Peloponeso (431-404), era dado aos membros da Eclésia (assembleia do povo) representava apenas o suficiente para que não ficassem prejudicados. Assim, eram principalmente os cidadãos abastados, de famílias antigas ou com escravos e propriedades arrendadas, que desempenhavam o papel político mais proeminente no governo do Estado, podendo dedicar-se a tempo inteiro aos assuntos mais importantes. Entre estes destacaram-se Anito, Cléon e Cléofon (apesar de também terem ascendido a estes postos, em grande parte devido a suborno, homens de humildes origens).
Dada a posição proeminente ocupada, iniciou-se o uso de lhes chamar oradores, uma vez que eram eles que se dirigiam a maior parte das vezes à grande assembleia da Eclésia para expor planos e programas a serem votados, o que exigia também o domínio do discurso persuasivo. De igual forma, uma assistência tão alargada propiciava a exaltação do orador, que pretendia tocar o íntimo dos assistentes, convencendo-os dos seus propósitos. Simultaneamente, houve também quem abusasse deste poder sobre a multidão, com objectivos menos honestos e altruístas.

Alguns oradores Modernos
1. Mussolini
2. Fidel Castro
3. Martin Luther King
4. John Kennedy

O Barroco







O nome “barroco” deriva da palavra espanhola barueco (que simbolizava uma pérola de forma irregular) e foi atribuído no final do século XVII a este estilo, contendo uma intenção pejorativa derivada ao facto de nessa altura este período ser ainda visto como a fase de decadência do Renascimento. Apenas nos inícios do século XX é que o barroco é devidamente reconhecido.

Este novo estilo artístico – o barroco – nasceu em Itália (Roma), a partir das experiências maneiristas de finais do século XVI e rapidamente se expandiu para outros países europeus, atingindo mais tarde as colónias espanholas e portuguesas da América Latina e da Ásia.

Ao contrário da simplicidade e serenidade do estilo renascentista, o barroco caracterizava-se pelo movimento, pelo dramatismo e pelo exagero. O barroco era uma arte espectacular e faustosa e, nas igrejas, atraía os fiéis, impressionando-os. Por isso foi denominado a arte da Contra-Reforma. No período da Reforma Católica desenvolveu-se a arte da talha na Península Ibérica, vindo a revelar-se uma das mais importantes expressões da Arte Barroca e um dos veículos privilegiados da transmissão dos princípios contra-reformistas. Atraindo o crente, de forma subliminar, levava-o a aceitar as directrizes da Igreja. A arte da talha é um produto de ensambladores, de douradores, de desenhadores e imaginários, presente em toda a arte sacra do período barroco.

Apesar das diferentes interpretações que se verificaram nos diferentes países e regiões, determinadas por diferentes contextos políticos, religiosos e culturais, este estilo apresentou algumas características comuns, como:

• a tendência para a representação realista;

• a procura do movimento e do infinito;

• a tentativa de integração das diferentes disciplinas artísticas;

• emocional sobre o racional: o seu propósito é impressionar os sentidos do observador, baseando-se no princípio segundo o qual a fé deveria ser atingida através dos sentidos e da emoção e não apenas pelo raciocínio;

• busca de efeitos decorativos e visuais, através de curvas, contracurvas, colunas retorcidas;

• violentos contrastes de luz e sombra;

• pintura com efeitos ilusionistas, dando-nos às vezes a impressão de ver o céu, tal a aparência de profundidade conseguida;

• a amplitude, a contorção e a exagerada riqueza ornamental, ausência de espaços vazios e o gosto pela teatralidade.

Biografia de Padre António Vieira



O primeiro quadro chama-se "Vieira a pregar" e o Autor desconhecido, sec XVll
O segundo é o Padre António Vieira evangelizando os índios brasileiros.




O Padre António Vieira foi sem duvida a maior expressão da eloquência sacra de Portugal e um dos maiores escritores do seu século.

A 6 de Fevereiro de 1608, nasce em Lisboa António Vieira.
Com 6 anos parte para o Brasil, com a sua família, onde seu pai foi nomeado escrivão da Relação na Baía, estudou em Salvador e com o tempo tornou-se um admirável aluno. Passado nove anos, entrou na Companhia de Jesus.
Em 1625, fez seu voto de castidade, pobreza e obediência, deixando a condição de noviço continuando a estudar Teologia, Matemática, Metafísica e Lógica. Foi professor de Retórica e obteve o mestrado em Artes.
Em 1633, prega pela primeira vez, tornando-se sacerdote em 1635 e exerce a função de pregador. Nos anos seguintes, pronuncia alguns dos seus mais notáveis Sermões.
Parte para Portugal em 1641, na embaixada de fidelidade ao novo rei e é preso em Peniche no desembarque tornando-se amigo e confidente de D. João IV.
Em 1642, prega na Capela Real e publica um sermão avulso. Em 1643, na "Proposta a El-Rei D. João IV "declara-se favorável aos cristãos novos e apresenta um plano de recuperação económica.
Em 1644, foi nomeado pregador régio.
Dois anos mais tarde inicia actividade diplomática indo à Holanda. e em 1647 vai a França e fala com Mazarino. Um ano mais tarde, emite um parecer sobre a compra de Pernambuco aos holandeses; defende a criação da província do Alentejo. É ameaçado de expulsão da Ordem dos Jesuítas em 1649, mas D. João IV opõe-se. Em 1650 vai a Roma, para contratar o casamento de D. Teodósio.
Em1652, parte para o Brasil como missionário no Maranhão.
Dois anos mais tarde, o "Sermão de Santo António aos peixes", embarca para Lisboa a fim de obter novas leis favoráveis aos índios. Um ano mais tarde prega na capital, entre outros, o Sermão da Sexagésima, regressa ao Maranhão com as novas leis.
Em 1659, escreve Esperanças de Portugal - V Império do mundo.
Em1664,escreve a História do Futuro e adoece gravemente
Um ano mais tarde é preso em Coimbra pelo Tribunal do Santo Ofício sob a acusação de acreditar nas profecias do poeta Bandarra.
Em 1669, parte para Roma e obtém grande sucesso como pregador, combatendo o Tribunal do Santo Ofício.
Regressa a Portugal em 1675 mas, agora sem apoios políticos e desiludido pela perseguição aos cristãos-novos (que tanto defendera);
Sai o primeiro volume dos Sermões em 1679 e recusa o convite da Rainha Cristina para seu confessor;
Em 1681, volta à Baía onde se entrega ao trabalho de compor e editar os seus Sermões
Em 1688, é nomeado Visitador Geral dos Jesuítas no Brasil.
Em 1691, resigna ao cargo por força da idade e da falta de saúde
Morre na Baía, a 18 de Julho de 1697, com 89 anos.

Como pregador, defendia os interesses do Brasil contra a ganância da Metrópole, defendia os escravos, os judeus e insistiu numa acção decisiva contra o invasor holandês. Fundou a Companhia Geral do Comércio do Brasil e foi ministro em Haia, em 1646, quando escreveu o documento Papel Forte, pelo qual foi apelidado em Lisboa de "Judas do Brasil".